1 de novembro de 2011

História da tinta para pintura

Oi pessoal,

Numa postagem anterior compartilhei um texto sobre a origem dos pincéis. Agora falarei sobre a tinta para pintura, amiga inseparável do pincel e nossa companheira no dia a dia das criações artesanais!
Espero que gostem!!
Bjs


 História da tinta para pintura

Tinta é o nome dado aos produtos líquidos, viscosos, sólidos ou em pó, que se convertem em um filme sólido opaco depois de aplicados em superfícies às quais se quer dar cor para fins decorativos ou de proteção. Como sabemos, a tinta é utilizada para fins artísticos, industriais, automotivos, na construção civil, na proteção de estruturas metálicas, produtos eletroeletrônicos, dentre outros. 

A tinta tem uma longa história antes de adquirir as características que conhecemos hoje, mas, como muitas outras invenções humanas, não se pode precisar uma data para o seu surgimento. O que se sabe é que desde a pré-história até a queda do Império Romano, em 476 d.C., fazia-se uso de tintas rudimentares para fins decorativos. Nossos antepassados mais remotos obtinham substâncias coloridas misturando plantas, argila e água.  Os pigmentos utilizados era o ocre, hematite, óxido de manganês (ou manganésio) e o carvão vegetal.

Nos tempos antigos a tinta também era feita a partir da gema do ovo que após endurecer ficava aderida à superfície. Os pigmentos provinham de plantas, areias e outros compostos presentes no solo.

Os egípcios usavam seis cores: branco, preto, vermelho, amarelo, azul e verde. Misturavam os pigmentos com uma substância pastosa e aplicavam-nas separadas umas das outras, sem qualquer mistura. Primeiramente, cobriam a área com branco e, depois, desenhavam o esboço a negro. Usavam ainda o tetróxido de chumbo para a cor vermelha, geralmente com um tom bastante escuro.

O mais incrível é constatar a resistência e a durabilidade das tintas produzidas pelos antigos egípcios: até hoje se pode percebê-las em antigos locais preservados, como as paredes antigas de Dendera, que estiveram expostas aos elementos durante milhares de anos, ainda possuem cores brilhantes e vivas tal quando foram pintadas.

A técnica de fabricação de tintas dos egípcios foi transmitida aos romanos e estes introduziram o uso do alvaiade como pigmento, mas a fabricação de tintas pelos povos antigos foi interrompida quando o Império Romano desarticulou-se e desapareceu.  

No período que se iniciou a seguir, conhecido como Idade Média (anos 476 a 1456), os ingleses retomam a produção de pigmentos e a utilização das tintas passou a ter também a finalidade de proteger as estruturas das igrejas, dos estabelecimentos públicos e das casas de pessoas importantes.

No final da Idade Média, um aspecto interessante da história das tintas para pintura: durante os séculos XV e XVI, os artistas e artesãos italianos passaram a fabricar pigmentos e veículos para tintas e essa prática era mantida em sigilo, mais ou menos como os segredos industriais dos dias de hoje. O que cada artista ou artesão descobria e obtinha era guardado a sete chaves! A formulação das tintas era um tesouro e não se deixava receitas, o que dificultava muito as coisas.

Séculos mais tarde, a Revolução Industrial teve um importante papel no desenvolvimento e amadurecimento do processo de fabricação de tinta. Com o surgimento dos equipamentos mecânicos, a produção de tinta — antes um processo manual e personalizado —, industrializa-se, permitindo a produção em larga escala para abastecer um mercado, embora embrionário, mas bastante promissor. Porém, os fabricantes ainda não forneciam as misturas prontas. Quem fazia as misturas eram os pintores. As primeiras tintas preparadas só surgiram no mercado a partir de 1867.

O século XX colocou a disposição das indústrias uma série de inovações tecnológicas que, pouco a pouco, automatizariam o processo de fabricação. As duas grandes Guerras Mundiais (1914 a 1918 e 1939 a 1945, respectivamente) favoreceram descobertas e avanços nas áreas química, física e biológica, o que contribuiu bastante para que a tinta chegasse ao patamar de excelência qualitativa em que se atualmente se encontra. 

Esses avanços permitiram o desenvolvimento de novos pigmentos e resinas sintéticas, bem como a criação de tintas especiais para os mais diversos fins, a redução de metais pesados na formulação de tintas (a exemplo do chumbo), tintas à base de látex, de água, centenas de possibilidades de cores, entre outros.

No caso específico das tintas para fins artísticos, consta que desde o Renascimento (século XV-XVI) que tintas à base de óleos secantes, especialmente o de linhaça, são as mais comuns.  No século XIX as tintas à base de caseína foram muito populares, também existindo até hoje. Já a têmpera, é uma emulsão proveniente da mistura de gema de ovo com óleo e o guache é uma variedade de aquarela opaca, utilizada desde a Idade Média, sendo geralmente resultante de um pigmento misturado com resina, que pode ser goma arábica ou clara de ovo.

Tinta remete à cor e falando em cores, fico louca quando vejo aquelas prateleiras repletas de todas elas, querendo levar tudo!! Falarei disso no próximo post.

Fontes:  
As informações acima constituem uma adaptação livre dos textos originalmente publicados por:

Imagem:
pedrocavaco.adamastor.org (Google imagens)

Um comentário:

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