23 de outubro de 2011

As origens do artesanato - Parte 2




Olá!!
Continuo hoje a postagem sobre as origens do artesanato.
No primeiro post, comentei sobre o significado da palavra artesanato, o conceito e as características da produção artesanal. Antes de prosseguir, quero inserir aqui o conceito de artesanato que encontrei depois de ter postado a 1ª parte. Faço isso porque se trata do conceito definido pelo Conselho Mundial de Artesanato (WORLD CRAFT COUNCIL - WCC): 

"Artesanato é toda a atividade produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente ou com a utilização de meios tradicionais ou rudimentares, com habilidade, destreza, qualidade e criatividade”. (Celso Perota. Impactos do artesanato sobre o turismo no Espírito Santo – SEBRAE)

Feito esse acréscimo, vamos à parte 2.

Quando surgiu o artesanato?

O surgimento do artesanato ocorreu há milhares de anos. 
Com óbvias e previsíveis variações de tempo e de espaço, o "fazer manual" surgiu na História da Humanidade no momento em que os seres humanos sentiram necessidade de dispor de objetos e ferramentas para satisfazer as mais diversas necessidades do dia-a-dia.
Obter alimentos, cozinhá-los e armazená-los; proteger-se das intempéries; defender-se de animais selvagens e dos inimigos; erguer edificações; ornamentar o corpo, a casa e os templos (apenas para citar alguns exemplos) determinaram a iniciativa do ser humano de fazer uso dos recursos necessários para produzir coisas que facilitassem e/ou viabilizassem essas tarefas. Que recursos eram esses? As matérias-primas que a natureza oferecia, a inteligência, a criatividade e... AS MÃOS!!

Essa produção, foi portanto, durante um longo período de tempo, essencialmente manual. O ser humano desenvolveu, então, técnicas para cada fazer e essas técnicas variaram igualmente no tempo e no espaço. Algumas civilizações desenvolveram meios espetaculares e que até hoje intrigam engenheiros, arquitetos e técnicos contemporâneos. É o caso das civilizações egípcia, grega, romana, maia, entre outras. Durante determinado período de tempo, a própria família produzia os bens de que necessitava, mas aos poucos, essa produção se torna uma atividade específica de um determinado grupo de pessoas: os artesãos, que se tornam mais e mais especializados e requisitados, surgindo no cenário os ferreiros, sapateiros, ferradores, preparadores de peles, alfaiates, armeiros, joalheiros, metalúrgicos, etc.
O artesão tornou-se um
Agente econômico que começou por produzir bens destinados ao seu consumo próprio [e], à troca direta por bens de que necessitava produzidos por outros, [e em] geral, gozavam [os artesãos] dum estatuto social mais elevado que o dos camponeses. Os mais privilegiados eram os metalúrgicos e os joalheiros. (Cf. Carlos Gomes. Biblioteca Virtual de Derecho, Economía y Ciencias Sociales/Antecedentes do Capitalismo)
Com o passar do tempo, por volta do século XI surgem na Europa oficinas artesanais especializadas e o artesão detentor do conhecimento técnico passa a ter o estatuto de “mestre-artesão”. Nessas oficinas, o mestre-artesão admitia aprendizes que moravam com ele e lhe auxiliavam em troca de alimentos, vestuário e aprendizagem.
A especialização cada vez maior, a concorrência e a necessidade de defender os interesses específicos de cada atividade artesanal levaram à formação das Corporações de Ofício, organizadas pelos mestres-artesãos de cada cidade ou região.
O fazer artesanal possuía status, era reconhecido, valorizado. Até que, no século XVIII, começando pela Inglaterra, uma revolução no modo de produzir muda tudo. Trata-se da Revolução Industrial.
Continua no próximo post.

Imagem: vasilha de cerâmica da Mesopotâmia, uma das primeiras civilizações do mundo. Atual região do Iraque. Fonte: transparencia.org.br (Google imagens)

Um comentário:

Comentários dos cantinhos amigos... É tão bom ler!